Mobilidade e Transportes

 

 

Se questionados sobre o principal problema com que Braga se confronta, a esmagadora maioria dos Bracarenses responderá “o trânsito”.

Inevitavelmente, a resposta está correta. Não tanto porque não existam outros problemas de relevo a mencionar, ou sequer porque o trânsito seja de facto um problema grave na cidade – muitos visitantes (até de concelhos vizinhos de menor dimensão) nem o reconheceriam como tal, mas porque esta é uma questão de perceção e a perceção é indesmentível.

Tal como é indesmentível que o trânsito hoje está pior que há 9 anos atrás e que tal resulta do crescimento orgânico da cidade (desde logo em população com mais poder de compra, mas também da maior atratividade de profissionais de outros concelhos do Norte).

Os problemas exigem soluções e as respostas do Executivo têm prosseguido em várias frentes, desde a melhoria das condições de circulação em diversas vias rodoviárias, até à estruturação de projetos que vão ajudar a desatar os principais nós existentes (como a intervenção em Ínfias, em articulação com a IP, ou o prolongamento da Variante do Cávado até Ferreiros).
No primeiro caso estão já em execução as especialidades do projeto. No seguindo, após concurso público para o efeito, está em execução o projeto de arquitetura.

Nestes nove anos, melhorámos a acessibilidade pedonal e ciclável através da requalificação urbana e da criação de uma infraestrutura que incentiva cada vez mais cidadãos a aderir à utilização de modos suaves nas suas deslocações diárias.

Neste âmbito, destacam-se os Projetos Área + e Já passo aqui e a eliminação de várias passagens pedonais desniveladas (como na Rua do Caires e na Variante do Fojo, a que se seguirá a Avenida da Liberdade). Está também em curso um processo de repintura de dezenas de passadeiras e de reforço da iluminação pública, no âmbito da iniciativa “Passadeira Segura”.

Junto de diversos equipamentos escolares, criaram-se zonas dedicadas para a descarga de passageiros – Kiss and Go – e, em articulação com a PSP tem sido intensificado o combate e a fiscalização ao estacionamento abusivo.

De forma a ganhar liberdade para a definição das políticas de mobilidade, procedeu-se ao resgate da concessão do estacionamento à superfície, cuja gestão foi depois entregue aos TUB/EUB. Aqui, reduziu-se em 20% o valor da tarifa horária e introduziram-se meios de pagamento digitais.

Procedeu-se ao alargamento do número de lugares de estacionamento para bicicletas, prolongaram-se as existentes e criaram-se novas vias cicláveis (na Ecovia do Este, envolvente da universidade ou Variante do Fojo) e procedeu-se a uma reformulação profunda da Ciclovia da Variante da Encosta. Estão também concluídos os projetos para a criação da Ecovia do Cávado, em alinhamento com o projeto da CIM Cávado.
O Município tem vindo a desenvolver iniciativas que visam incentivar a transferência modal para modos ativos de circulação, com projetos do tipo bicification.

Foi autorizada a operação por diversas empresas de partilha de trotinetes e está também já em funcionamento um sistema de partilha de bicicletas.

Desde que a sua gestão foi transferida para a CMB, a Central de Camionagem de Braga mereceu diversas obras de melhoria nos espaços públicos e procedeu-se à criação do Centro Coordenador de Transportes de Braga, com fortes investimentos ao nível do sistema de informação ao utilizador. Aqui funciona a sala de gestão e controlo – já com indicadores de tráfego e ambientais, que irá alimentar os painéis informativos de apoio à circulação.
Em todas estas áreas, tem-se registado uma evolução gradual, ajustada também ao perfil de uma cidade formatada urbanisticamente para facilitar a circulação automóvel e ao perfil de uma sociedade que, de acordo com o último Eurobarómetro, dá corpo a uma das cidades em que mais se opta pela utilização da viatura própria.
Pelo contrário, o caminho trilhado na esfera dos transportes públicos tem sido, e vai continuar a ser, de uma autêntica revolução, sustentada na ideia de que a primeira aposta estratégica da política de mobilidade tem que ser o reforço do número de utilizadores deste meio de transporte.
Em 2013, herdamos uma empresa “tecnicamente falida”, como mais de 7 milhões de euros de resultados transitados (negativos), que perdia passageiros ano após ano e com uma divida à ADSE que ascendia a 886.793,34€.

Hoje os TUB fruto da sua equipa, do seu conhecimento e da sua experiência são uma referência na mobilidade. São uma empresa aberta, transparente, que participa ativamente na vida da cidade e que partilha com os cidadãos toda a sua atividade e os seus resultados.

Em nove anos conseguimos implementar benefícios e melhorias em várias áreas que contribuíram para o aumento da qualidade de vida das pessoas, para a descarbonização e para a promoção da mobilidade sustentável no nosso território.
Ao nível dos tarifários, deu-se a Eliminação das restrições aos reformados; a Eliminação do bilhete de transbordo; a Eliminação das restrições aos estudantes; criou-se o bilhete eventos – 1€ (viagem de ida e volta); promoveu-se um desconto generalizado de 30% em todo o tarifário (graças aos apoios recebidos via PART); assegurou-se a gratuitidade para estudantes, do ensino público e privado, até 12.º ano; simplificou-se o zonamento (com a eliminação da coroa 2); garantiu-se, desde a primeira hora, a gratuitidade aos ex-combatentes;

Com alterações assertivas no tarifário foi possível desonerar as famílias e promover a mobilidade sustentável.

Do ponto de vista da Oferta, procedeu-se à implementação de novas linhas e de melhores frequências; melhorou-se a cobertura territorial; garantiu-se a ligação dos principais polos geradores de mobilidade com frequências de 15 e 20 minutos; disponibilizou-se transporte para praias fluviais; introduziu-se o conceito de Interface.

Desde 2013, os quilómetros oferecidos no serviço publico de transporte foram incrementados em 18% com o objetivo de dar resposta às necessidades dos cidadãos e de ser uma verdadeira alternativa ao transporte individual.

Ao nível da Renovação e descarbonização da frota, concretizou-se a Aquisição de 13 viaturas elétricas e de 25 viaturas Gás Natural (GNC); estando já mais 30 viaturas elétricas (em processo de aquisição).

Em apenas 6 anos, o investimento de 31 milhões de euros, dos quais 18 milhões totalmente suportados pelos TUB, para a renovação da frota permitiu a redução de emissões de GEE de mais de 2200 toneladas equivalentes de CO2, na medida em que 40% dos quilómetros já são percorridos em modo elétrico ou com baixas emissões de carbono.

Na verdade, foram percorridos à data cerca de 2 milhões de km em modo limpo e evitado o consumo de mais de 900.000 litros de combustíveis fósseis (diesel). A melhoria da performance ambiental e sonora da nossa operação reduz as externalidades negativas resultantes da nossa atividade e promove a qualidade de vida da nossa comunidade.

Todo este esforço tem sido complementado com projetos de promoção comercial e de alargamento da rede de vendas (com a Inauguração da Loja da Mobilidade; o Pagamento dos passes por Multibanco; ou a Adesão à rede Payshop com cerca 100 postos de venda).

Além da criação de novo site e nova App, melhorou-se a informação nos postos de venda e requalificou-se a informação estática nas 1800 paragens do concelho, sendo também disponibilizada internet a bordo em 50% da frota.

Os TUB consumaram a aquisição de terreno para expansão do Parque de Material e Oficinas (PMO) e deram já início à 1.ª fase de requalificação do PMO.

Os TUB foram também um parceiro essencial na criação do projeto School Bus (para transporte de alunos, criado com o objetivo de descarbonizar o centro urbano) e de Transporte Flexível – no quadro do transporte de Alunos com Necessidades Especificas no âmbito da descentralização de competências do Estado Central.

Tudo somado, os TUB são a única empresa pública de transportes que pode apresentar estes resultados: um Aumento dos passageiros transportados de 21% entre 2013 e 2019; uma subida da média de carregamentos mensais de passes de 20.549 em 2013 para 27.187 em 2021; uma recuperação dos passageiros transportados Pos-Covid19 em 90% relativamente a 2019; a obtenção de resultados líquidos positivos 8 anos consecutivos (de 2014 a 2021).