Braga é hoje uma verdadeira Capital de Cultura, todos os dias.
Desde 2014 que Braga tem afirmado e confirmado a sua vitalidade turística e cultural, num caminho profícuo que a colocou no mapa de referência ao nível de outras importantes cidades europeias.
Hoje, cumprimos um calendário cultural audaz, eclético e para todos, onde a acessibilidade, a sustentabilidade e a inclusão ajudam a formar um novo rosto europeu da ação cultural.
As ações de espaço público, os espaços inusitados e as freguesias mais descentralizadas ajudam a fechar este mapa complementar com a gestão inovadora que temos nos espaços de referência como o Theatro Circo, Gnration, Centro de Juventude, Altice Forum Braga e Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva e Casa dos Crivos (todos a registarem recordes de afluência ano após ano até ao período pandémico, com taxas de crescimento médias na ordem dos 40% no período).
A Cultura vive-se desde 2014, cumprindo os 365 dias do ano e nem em tempos de pandemia deixou de ser uma resposta construtiva a todos os bracarenses e dos milhares de visitantes da região e do país que procuram Braga.
O investimento na área cultural passou de 4% do orçamento em 2017 para 8% em 2022, com o compromisso de chegar a 10% em 2028.
Deu-se um crescimento exponencial do apoio direto aos agentes culturais – de 600.000 em 2017 para cerca de 1,5 milhões de euros (valor que se manteve e foi reforçado com linhas de apoio especificas durante a pandemia).
A assinalável capacidade de resiliência e adaptação dos diversos intervenientes do setor cultural e criativo Bracarense materializou-se no crescimento do dinamismo cultural, conseguindo-se, neste anos, apoiar e mobilizar diversos agentes públicos e privados, entidades artísticas e instituições culturais locais, regionais e internacionais, apresentando novas propostas programáticas a nível artístico e cultural e envolvendo novos públicos. Em 2013 eram apoiadas 11 entidades culturais e em 2022 os apoios foram reforçados em valor e atingiram o número de 38 entidades, em resposta a um novo e renovado mapa de agentes culturais.
Esta aposta também é visível nos novos desafios da cidade: em 2017 Braga foi designada Cidade Criativa da UNESCO na área das Media Arts e tem vindo a desenvolver um programa específico desde aí.
Foi também esta aposta na cultura e a necessidade de concertar esforços e estratégias que levou a uma decisão simultânea de candidatar Braga a Capital Europeia da Cultura, começando por definir uma estratégia de desenvolvimento a longo prazo, fruto de um processo longo e plural de auscultação dos agentes locais e envolvimento.
Esta estratégia denominada de Braga Cultura 2030 foi aprovada em 2020 e tem como visão:
“Em 2030 Braga será culturalmente vibrante, diversa, próspera e atrativa, incontornável no panorama nacional e europeu pela inovação e criatividade que florescem na sua herança histórica e patrimonial. Uma cidade onde a cultura está no centro do seu desenvolvimento sustentável, da qualidade de vida e felicidade de quem nela vive, trabalha ou visita.”
A estratégia assenta em 4 eixos estratégicos e 35 programas/iniciativas, de que se podem destacar as seguintes iniciativas em cada Eixo:
A Estratégia Cultural Braga 2030, um documento norteador para um período temporal de 10 anos, reflete as necessidades atuais e futuras da Cidade. A sua elaboração contou com o envolvimento ativo de todos os agentes culturais e da sociedade civil Bracarense e contribui para o desenvolvimento de competências e capacitação do tecido cultural, assegurando aos Bracarenses mais oportunidades de participação em experiências culturais, o incremento de oportunidades de crescimento da economia criativa e a promoção e geração de conhecimento associado ao sector cultural e criativo.
Com a passagem à final da candidatura de Braga à Capital Europeia da Cultura’27 (CEC’27) prevê-se um investimento municipal de cerca de 25 milhões de euros na requalificação de vários espaços culturais da cidade até 2025.
Além da reabilitação do Museu da Imagem e da Casa dos Crivos, está já em execução a 1ª fase do projeto do Centro Cultural Francisco Sanches e em finalização o projeto do Media Arts Center, no Antigo Cinema S. Geraldo.
Alguns dos momentos maiores desta mesma celebração coletiva e identitária viveu-se com o programa de Braga – Capital de Cultura do Eixo Atlântico em 2020 que, por questões de restrições pandémicas, se prolongou por 2021.
Em 2016 nasceu o SEI, Serviço Educativo Integrado e em 2023 prepara-se uma nova atualização e ampliação do programa Atlas, de mediação artística e cultural e de serviços educativos associados aos equipamentos, eventos e iniciativas culturais.
Com os desígnios de intermediar e facilitar a apreensão dos diversos conteúdos artísticos e culturais, de formar novos públicos e consolidar as práticas já instituídas, procurou-se que as diversas iniciativas artísticas e culturais apoiassem a qualidade de vida das diversas comunidades e os seus crescentes sentimentos de pertença e coesão social, pelo aumento da participação, de implementação de metodologias inclusivas e pelo permanente envolvimento das comunidades. Podemos a título de exemplo referenciar as atividades culturais promovidas em espaço de escola, as visitas encenadas ao património, a Mostra de Teatro Escolar, as bolsas de estudo artístico, as residências artísticas nas escolas, as oficinas artísticas para publico em situação de vulnerabilidade social, o pioneirismo no Curso Básico de Teatro, os Dias de Festa no Parque da Ponte, o Verão no Parque, Era uma Vez no Mês, e mais recentemente a aposta forte que fazemos na promoção do Livro e da Literatura com o Braga em Risco e o Ouvidoria – Encontro de Contadores de Histórias.
A Ludoteca do Parque da Ponte deu também uma nova vida a um espaço obsoleto e esquecido da programação cultural e tem permitido um programa regular destinado a jovens e famílias.
O programa Descentrar veio a concretizar a ambição de descentralizar a cultura por todo o concelho e desde 2021 apresentamos um programa inovador com 20 freguesias e com programação de grande relevo onde o circo contemporâneo, a música com cantautores e a música erudita foram complementadas com visitas ao património classificado. Em 2023 este programa alarga o seu compromisso e abraçará mais freguesias com exposições, teatro e música de raiz tradicional.
Com os programas Descentrar e Cultura para Todos procurou-se potenciar a coesão territorial e social e facilitar o acesso às diferentes práticas, expressões e eventos artísticos.
Os princípios estruturadores das iniciativas dinamizadas permitiram conciliar visitas e a elaboração de itinerários potenciadores de touring cultural autónomo, a dinamização de diferentes modalidades nos espaços patrimoniais recorrendo ao storytelling, permitindo apoiar a fixação da atenção em experiências que articulam a vivência recreativa do objeto cultural. Hoje, mais do que nunca, a conciliação do Cultura, Património e Turismo são fatores diferenciadores da política cultural bracarense.
Em período de confinamento e com o objetivo de aproveitar os fundos comunitários disponíveis para a Cultura o Município de Braga apresentou três candidaturas ao AVISO NORTE-14-2020-25 Património Cultural – Programação Cultural em Rede – Imaterial que foram aprovadas: «Descentrar» «Do Ferro ao Ouro», uma parceria entre os Municípios de Barcelos, Braga e Esposende e o «Encontro Luso-Galaico» resultante de parceria entre a Comunidade Intermunicipal do Alto Minho, o Município de Braga, a Fundação Consuelo Vieira da Costa e a Associação para o Museu dos Transportes e Comunicações. Também se procedeu à candidatura ao NORTE-07-4230-FSE-000078, do Fundo Social Europeu, referente à iniciativa CULTURA PARA TODOS, que também foi aprovada. Esta candidatura com a designação ATLAS dinamiza iniciativas que visam desenvolver estratégias inovadoras de inclusão social através da prática e fruição artística e cultual. Com este fundos conseguiu-se um apoio para a ação cultural em 510 428,03€.
Esse aumento de atividades artísticas e culturais foi particularmente vibrante nos meses de Primavera e Verão. Entre 2013 e 2022 transformamos o nosso espaço publico em espaço vivo, de partilhas e experiências inesquecíveis, passamos de 16 eventos em 2013 a mais de 50 eventos regulares em 2022.
Braga é de facto, hoje, uma cidade vibrante com concertos, desfiles e paradas de envolvimento comunitário, teatros e animações de rua, circo contemporâneo, performances, folclore e tradições, exposições em espaço público e uma renovada paisagem com arte pública e de cultura urbana e cosmopolita. Desta verdadeira metamorfose da paisagem constaram: o MIMARTE; a Feira do Livro; Braga Blues; o Festival Internacional de Folclore; o Vaudeville Rendez Vous, o Noroeste – Festival de Música Contemporânea de Raíz , o Fenda, a Noite Branca de Braga, que em 2022 atingiu a visita de 1 milhão de pessoas com um eclético programa e mais de 150 eventos, o Braga é Natal, ou o Limonada.
No âmbito da fixação da comunidade artística ao território e do aumento de condições de trabalho e de parcerias foram organizados programas específicos como ações de capacitação do tecido cultural e artístico com o Saber Fazer – ciclo de formação do setor cultural e criativo, e continuou-se com as diversas medidas de apoio à criação artística, nomeadamente com três edições do ACTUM, lançado em tempos de pandemia, com apoios editoriais e da edição fonográfica.
Ao nível literário foi criado o Prémio Literário Maria Ondina Braga e prémio Vítor Aguiar e Silva que inscrevem Braga na história de vida de inúmeros escritores de renome, assim como a Bienal de Ilustração do Eixo Atlântico. Também no apoio à criação foi criado um espaço descentralizado no Centro de Criação e Experimentação de Oliveira S. Pedro.
Braga, cidade palco, passou a reunir as condições para exposições em parceria com entidades com a Fundação de Serralves (de que é agora Fundador) e para acolher concertos da dimensão de artistas como Bryan Adams, Dua Lipa, Rosalia, Thirty Seconds to Mars, além de diversos festivais temáticos de dimensão regional e nacional.