Braga sem fronteiras

 

 

Com mais de dois mil anos de história, Braga é uma das cidades mais antigas da Europa, sendo que muitas vezes a designámos como uma “joia escondida”, que alguns teimavam em manter fechada ao mundo que a rodeia.
Uma estratégia ativa de promoção da internacionalização da cidade, da Câmara e de todos os seus agentes, cumpre vários objetivos: conferir maior visibilidade ao território, potenciando a atração de empresas e cidadãos (para investir, trabalhar, estudar, visitar ou morar); o intercâmbio de boas práticas entre cidades, permitindo a Braga acompanhar e partilhar as políticas mais inovadoras para cada uma das áreas da governação municipal; potenciar a atração para Braga de grandes eventos internacionais (de cariz cultural, desportivo, científico, económico ou social); fomentar o desenvolvimento de parcerias entre os agentes locais e as suas contrapartes internacionais; estimular o acesso a diferentes tipologias de financiamento face aos habituais recursos nacionais e comunitários.

Ao longo dos últimos anos, Braga transformou-se numa cidade sem fronteiras, aberta ao mundo e presente em todos os grandes palcos internacionais. Como também tem sido referido, entramos na “Liga dos Campeões das Cidades”, sendo comum estar envolvida em iniciativas e projetos com as principais cidades à escala global.

Do ponto de vista económico, esta maior visibilidade materializou-se na atração de inúmeros investimentos internacionais, geradores da criação de milhares de postos de trabalho nos últimos anos, para recursos mais qualificados e melhor remunerados, o que levou ao nosso reconhecimento pelo Financial Times como uma das cidades mais viradas para o futuro a nível de captação de investimento (5º lugar, em 2022; 7º lugar, em 2021).

Ao nível turístico, Braga é das cidades que mais cresceu em Portugal e no Norte, mais que triplicando o número de visitantes face a 2013. Além de outros reconhecimentos, foi considerada o Melhor Destino Europeu (2021) e o segundo Melhor Destino Europeu (2019).

Do ponto de vista demográfico, a cidade que mais cresceu em valor absoluto em Portugal na última década, em contraciclo com o Pais, a Região Norte e as principais cidades, é hoje uma cidade cosmopolita e intercultural, agregando mais de 120 nacionalidades.
Destaca-se, naturalmente a comunidade brasileira, que hoje representa perto de 8% da população, mas a cobertura geográfica é alargada, como revelam as mais de 60 nacionalidades de investigadores do INL, ou os 15% de alunos estrangeiros na Universidade do Minho, em diferentes níveis de graduação.
No respeito pelos princípios de solidariedade que estão no nosso código genético, Braga foi a primeira cidade portuguesa a prestar apoio ativo aos cidadãos ucranianos no contexto do atual conflito militar, ao mesmo tempo que as instituições de Braga (sociais e educativas) têm liderado no apoio a refugiados de países como a Síria ou o Afeganistão.

Com vista a colocar Braga e a região do Minho no radar do investimento internacional e também para dar a conhecer todas as nossas potencialidades, desde 2014 que esta maioria iniciou um programa de visitas institucionais ao corpo diplomático acreditado no nosso País. Ao longo destes nove anos, mais de 120 Embaixadores já passaram por Braga, tendo sido realizadas centenas de visitas a empresas e instituições como a Universidade do Minho, a Universidade Católica ou o INL, com o objetivo claro de aumentar a cooperação internacional.
Além disso, organizámos também dezenas de atividades com as Embaixadas radicadas no nosso País, como o Dia Nacional do Chipre, o Encontro Ibero-americano de embaixadores em Portugal, o Dia Nacional da Constituição da India ou ainda, mais recentemente, as celebrações dos 650 Anos do Tratado de Amizade entre Portugal e o Reúno Unido.
Com vista a aumentar as relações comerciais com outros países, organizámos também seminários com embaixadas e ações de promoção de diferentes grupos de colaboração internacional (como a América Latina, via IPDAL; a ASEAN, ou o MIKTA).
A organização em Braga da Cimeira do Grupo de Arraiolos (2014) – que reúne os 16 Chefes de Estado não Executivos da União Europeia -, as Celebrações do Dia de Portugal (2022), ou a realização do XV Encontro da COTEC Europa (2022) deram também um importante contributo para este desiderato.

Um dos aspectos mais relevantes da estratégia de internacionalização de Braga passou pela integração em redes de cidades que pudessem catapultar o nosso nome e aumentar as relações com outros parceiros. Desse modo, desde 2014 Braga aderiu às mais relevantes redes de cidades, como a EUROCITIES, o ICLEI – Governos Locais para a Sustentabilidade, a UCCLA – União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa ou o Global Parliament of Mayors, além de diversas parcerias de natureza setorial.

Em 2017, Braga foi admitida na rede de Cidades Criativas da UNESCO no domínio das Media Arts, uma componente fundamental do tecido cultural da cidade e que ganhou com esta adesão um corpo mais evoluído. Além de todo o programa cultural que tem sido desenvolvido pela equipa das Media Arts em todo o concelho, este projeto tem como vertente relevante a cooperação internacional com outras cidades e o intercambio de experiencias e práticas culturais, o que tem trazido vantagens também para os nossos artistas e instituições do meio artístico.
A cidade é candidata, em confronto com o Dubai, a acolher a Assembleia Anual da Rede Mundial das Cidades Criativas da UNESCO em 2024.

Já em 2022, Braga foi também admitida na UNESCO Global Network of Learning Cities, a rede das Cidades de Aprendizagem, que promove e valoriza o trabalho tendente ao desenvolvimento de ações que estimulem a qualificação e a aprendizagem ao longo da vida de todos os cidadãos.

Ao nível do Global Parliament of Mayors, Braga lidera também a iniciativa Talent Cities, que visa estimular o intercâmbio entre cidades comprometidas com políticas para a geração e captação de talento à escala global.

A outro nível da cooperação internacional, Braga tem sido também uma das cidades mais ativas na rede URBACT, com participação em seis redes nos últimos anos, desenvolvendo diferentes aspetos em áreas tão diversas como o Turismo Sustentável (Tourism Friendly Cities), a Inovação social (BoostInno – Boosting Social Innovation), a mobilidade urbana (CityMobilNet – Development of sustainable urban mobility), os Sem-Abrigo (ROOF – Ending Homelessness) ou a Regeneração Urbana (Urban Regeneration Mix).

Culminando este esforço de cooperação internacional, Braga foi selecionada em 2021 para participar num projeto piloto numa rede URBACT sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – Global Goals for Cities – juntamente com outras 18 cidades europeias.

A um outro nível, também temos desenvolvido projetos de cooperação internacional em programas financiados pela União Europeia: do programa Europe Aid com a cidade argentina de Villa Maria e a capital do Paraguai, Assunção; através do IURC- International Urban and Regional Cooperation com a cidade canadiana de St. Johns; e ainda com através do ICP – International City Partnerships com a cidade de Taiwan, Taoyuan.

Um outro bom exemplo de cooperação internacional foi a criação formal da rede de Cidades Capitais Europeias de Juventude, juntamente com os nossos parceiros de Cluj-Napoca, Roménia, Varna, Bulgária e Amiens, França. Mais cidades se juntarão a nós em breve.

A nível bilateral, Braga reforçou imenso as suas parcerias com outras cidades, nomeadamente através de acordos de geminação, ao mesmo tempo que fomos iniciando dezenas de relações com outras cidades, seja através de redes de cidades ou projetos bilaterais. Em 2013, Braga contava com duas geminações ativas, Clermont-Ferrand e Puteaux, ambas da França. Reforçamos estas duas parcerias e temos tido bastantes projetos de cooperação com estas duas cidades, nomeadamente através da Rede de Cidades Michelin com Clermont-Ferrand ou de intercambio estudantil com Puteaux.
Mas sempre entendemos que seria relevante aumentar o número de acordos bilaterais do género e, como tal, já assinamos diversos acordos de geminação com cidades um pouco de todo o mundo: Rio de Janeiro, Manaus e Niterói, do Brasil; Cluj-Napoca, da Roménia; Ivano-Frankivsk, da Ucrânia; Veliko-Tarnovo, da Bulgária; Cuenca, do Ecuador; Santa Fé, da Argentina; Shenyang, da China; Yazd, do Irão; Santiago de Compostela, da Espanha; e, mais recentemente, Gaziantep, da Turquia. Estes acordos têm sido relevantes para criar sinergias e projetos de parceria com estas cidades, seja ao nível cultural, económico ou educacional.

A um nível mais regional, um dos objetivos primordiais passou pelo envolvimento mais direto no Eixo Atlântico, importante espaço de cooperação transfronteiriço. Ao longo de dois mandatos, entre 2015 e 2017 e ainda entre 2019 e 2021, Braga liderou esta rede de 38 cidades do Norte de Portugal e da Galiza, executando importantes projetos, como a Capital da Cultura do Eixo Atlântico em 2020, os Jogos do Eixo Atlântico e a Expocidades em 2019.
Somos também uma das cidades mais ativas na relação com a Galiza, o que se tem traduzido em diversos projetos de cooperação transfronteiriça, como o GEMCAT – Geração de Emprego de Qualidade Transfronteiriço e o projeto “Destino Frontera”, ambos financiados POCTEP.

Ao longo dos últimos anos, além de ser Capital Europeia da Juventude (em 2012, após proposta original dos Vereadores da Coligação “Juntos por Braga”), Braga foi Capital Ibero-Americana da Juventude (2016); Cidade Europeia do Desporto (2018, e considerada a melhor de sempre); Capital Europeia da Economia Social (2021, em parceria com mais quatro cidades portuguesas: Cascais, Coimbra, Sintra e Torres Vedras); um dos 8 semifinalistas do European Capital of Innovation Awards (2021); e é um dos 13 finalistas à primeira edição da European Capital of Democracy e uma das quatro finalistas da Capital Europeia da Cultura (2027).

A afirmação de Braga reflete-se na sua representatividade institucional e em diferentes reconhecimentos.
O Presidente da Câmara Municipal de Braga integra desde 2016 o restrito leque de Champion Mayors da OCDE para o Crescimento Inclusivo e é desde 2019 membro do Comité Europeu das Regiões.
Aqui, além de responsável por Opiniões produzidas ou em curso sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e a Economia Social, foi recentemente eleito Vice-Presidente da Comissão SEDEC – Política Social, Educação, Emprego, Investigação e Cultura.
Integra também o Working Group para a Localização do Green Deal, a Comissão ARLEM – de cooperação entre a Europa e os países do Mediterrâneo e o Intergrupo alusivo ao futuro da Indústria Automóvel. É também o Embaixador para Portugal do Comité das Regiões do Covenant of Mayors.
Em 2019, o Presidente da Câmara de Braga passou a integrar o Comité Executivo do Global Parliament of Mayors (de que é Tesoureriro) e, em 2020, Braga foi eleita para a Direção Executiva da EUROCITIES, numas eleições em que superou cidades como Madrid, Bilbao, Birmingham, Tallinn e Glasgow.
Em 2021, a The City Mayors Foundation atribuiu ao Presidente da Câmara de Braga o título de “World Mayor for Sustainability” pelo seu trabalho desenvolvido em prol das políticas de sustentabilidade, depois de constar dos 10 finalistas do título de “World Mayor” desse ano, igualmente atribuído por esta Fundação do Reino Unido.
O Presidente da Câmara de Braga é também uma das “Voices of Solidarity” das Nações Unidas, e um dos porta-vozes do Movimento “Talent on the move”, promovido pela UNICEF.
A convite da UCLG – United Cities and Global Governments, participou no Fórum Internacional das Migrações que teve lugar nas Nações Unidas em Maio de 2022, integrando também a Delegação de Portugal a este relevante fórum internacional.